"Não foi um psicólogo.
Não foi um comprimido.Não foi uma conversa nem uma escapadela para o mar.
Foi um cão.
Um que ninguém quis.
Um que carregava o frio nos ossos.
e a solidão cravada na pele.
Chegou sem pedir licença, com fome no estômago e um mundo inteiro no olhar.
Não falava, mas me contou tudo.
Não chorava, mas sangrava em silêncio.
Não pedia amor, mas dava-o como se tivesse sobrado.
E foi aí, logo ali, quando o abracei pela primeira vez, que eu soube...
Eu não o salvei.
Ele veio salvar-me.
Para me ensinar que a alma não respira com ar,
respire gentilmente.
Que os abraços mais sinceros têm pulgas,
e que milagres não caem do céu, eles andam com quatro patas... e dorme ao lado da sua cama.
Ele, o abandonado, aquele que todos ignoraram,
me devolveu a vida.
E desde então eu sei:
quando se sentir que está afogando, que não pode mais, que o mundo te fecha...
vá para a rua, procure um igual a ele.
O abraça.
E volta a respirar.
Porque há peludinhos que não vêm encher um lar.
Vêm salvar uma alma.
Salve.
Ama... "
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